DEUSES INCAS
INTI
Era o deus sol, na mitologia inca. Pouco a pouco, foi evoluindo até transformar-se numa divindade mais complexa e universal. Terminou
por absorver a divindade, sem nome, da criação e incorporou-se a Viracocha, que
é a definição mais ampla de seu poder, já que este nome representa a enumeração
de seus poderes (supremo ser da água, da terra e do fogo), sobre os elementos
em que baseou a criação do Universo. Inti era acompanhado por sua esposa e
irmã, a lua, que também era chamada, Mama Quilla. Apresentava-se com um
simbolo de ouro, de onde saíam raios, representando os atributos de seu
poder. Inti, como criador, era adorado e reverenciado, mas também, recorria-se
a ele, em busca de ajuda e favores, para resolver problemas e aliviar
necessidades, já que, somente ele, podia fornecer colheitas, curar doenças e
dar a tranquilidade e segurança que o ser humano necessita.
VIRACOCHA
O Deus criador e organizador do mundo, o mais reverenciado
na cultura andina. Uma das lendas conta que, no começo, Viracocha criou o céu e
a terra, povoando-a com plantas, animais e homens primitivos que viviam em
total desordem e obscuridade. Um dia, emergiu do Lago Titicaca, juntamente com
alguns ajudantes e castigou os primeiros homens por seus desvarios,
transformando-os em pedras. Dividiu o cosmos em três partes: Hanan Pacha
(“mundo de cima”), Kay Pacha (“mundo daqui”) e Uqu Pacha (“mundo interior”).
Para povoar o Kay Pacha, criou uma nova geração de homens e mulheres, usando
como molde, rochas e pedras que ganharam vida e povoaram os diferentes povoados
e reinos. Satisfeito com a raça humana, este deus deu continuação a seu
projeto, deixando em seu lugar seus filhos, o sol (Inti), a lua (Mama Quilla) e
todas as estrelas do infinito, cobrindo todo o céu.
PACHA MAMA
A grande divindade da Cordilheira dos Andes da América do Sul. Representa a Terra em sua totalidade. Não está em nenhum lugar específico
e sim nas nascentes, córregos e “apachetas” (nascentes remotas). É uma
divindade imediata e cotidiana, que interage diretamente com o ser humano e a
quem se pode fazer pedidos e oferendas (pedindo-lhe sustento ou desculpando-se
por alguma falha cometida contra a terra). Não é um deus criador e sim protetor
e provedor; protege os homens, cria a vida e promove a fecundidade e
fertilidade. Em agradecimento por sua ajuda e proteção, o pastor de Puna do Sul
oferece parte do que recebe, durante todas as cerimônias culturalmente
importantes, à Pachamama, demonstrando reciprocidade.
MAMA QUILLA
É a irmã e esposa do Deus Inti. Esta deusa, representada
pela lua, dividia com Inti o poder na corte celestial. Era simbolizada, durante
os rituais, por um disco de prata, de onde saíam raios, como outro atributo de
seu poder. Era a mãe do firmamento e, no Templo do Sol, mantinha-se uma estátua
dela a qual uma ordem de sacerdotisas lhe prestava homenagem. Naturalmente,
Mama Quilla era cultuada fervorosamente pelas mulheres, que formavam seu fiel
núcleo de seguidoras, já que ela podia compreender como ninguém, seus temores e
desejos concedendo o amparo buscado. Os incas acreditavam que ela reinava sobre
todas as estrelas, que estavam todas a seu serviço. Depois do sol, para os
incas, estava a lua. Este segundo lugar era devido ao fato de a lua não ter o
mesmo brilho do sol e, portanto, governava apenas a noite. Enquanto o sol
representava o ouro, a lua representava a prata. Isto correspondia ao brilho do
sol e o branco resplandecente da lua. Mama Quilla e Pachamama estão muito
ligadas, já que ambas são divindades femininas, uma do céu e outra da terra.
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Professor Paulo R. Küster