Ditadura Militar no Brasil
Após o fracasso do Plano Trienal, da economia e dos índices
de inflação altíssimos, o governo de João Goulart (Jango) ficou extremamente
enfraquecido e sem apoio. Com isso, os movimentos sociais começaram a fazer
pressão, exigindo transformações substanciais na sociedade. Os líderes
estudantis da União Nacional dos Estudantes (UNE) entraram em cena, clamando
pelo fim da exclusão social e do analfabetismo. Dentro da Igreja Católica
surgiram segmentos políticos com orientação socialista que se juntaram aos estudantes
nas manifestações da época.
Nesse contexto ocorreu uma rebelião de sargentos em
Brasília, que queriam o direito de se candidatar a cargos eletivos. Essa
rebelião foi vista pelo alto escalão das Forças Armadas como uma severa ameaça
à hierarquia militar. Num clima de tensão e enfraquecido politicamente, Jango
realizou na Estação Central do Brasil, no Rio de Janeiro, um grande comício no
dia 13 de março. Diante de mais de duzentos mil manifestantes, o presidente
assinou decretos de grande impacto popular, como a nacionalização das
refinarias de petróleo privadas e a desapropriação de terras, para a reforma
agrária, situadas às margens de ferrovias e rodovias federais.
No dia 19 de março, em resposta ao comício do Rio, foi
realizada em São Paulo a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Na
passeata, os manifestantes pediam a Deus e aos militares que salvassem o Brasil
do perigo comunista, presente na figura de Jango. O desfecho para o Golpe
ocorreu quando João Goulart apoiou a manifestação dos marinheiros no Rio de
Janeiro, em 30 de março. O apoio de Jango foi o estopim para o Alto Comando das
Forças Armadas acusar o presidente de conivência com os atos de insubordinação
que ameaçavam a hierarquia militar.
O golpe militar afastou Jango da presidência da República,
substituindo-o pelo comando militar do General Costa e Silva, do Brigadeiro
Francisco de Assis Correia de Melo e do vice-almirante Augusto Hamann. Esses
militares iniciaram o processo de cassação dos mandatos parlamentares,
afastando da vida política as pessoas que não se adequassem ao novo sistema
político.
Nesse sentido, o Congresso Nacional foi pressionado de todas
as formas pelos militares para a escolha do novo presidente da República. O
marechal Humberto de Alencar Castelo Branco foi o escolhido para completar o
mandato iniciado por Jânio Quadros. Através do Golpe Militar de 1964, a
história da República Brasileira recomeçava com outro olhar. Era o fim da
República Populista e o começo do regime militar, que se estendeu até 1985.
O Pau-de-Arara consistia
numa barra de ferro que era atravessada entre os punhos amarrados e a dobra do
joelho, sendo o conjunto colocado entre duas mesas, ficando o corpo do
torturado pendurado a cerca de 20 ou 30 centímetros do solo. Este método quase
nunca era utilizado isoladamente, seus complementos normais eram eletrochoques,
a palmatória e o afogamento.
B- Choque Elétrico
O Choque Elétrico foi
um dos métodos de tortura mais cruéis e largamente utilizados durante o regime
militar. Geralmente, o choque dado através telefone de campanha do exército que
possuía dois fios longos que eram ligados ao corpo nu, normalmente nas partes
sexuais, além dos ouvidos, dentes, língua e dedos. O acusado recebia descargas
sucessivas, a ponto de cair no chão.
C- Pimentinha
A Pimentinha era uma
máquina que era constituída de uma caixa de madeira que, no seu interior, tinha
um ímã permanente, no campo do qual girava um rotor combinado, de cujos terminais
uma escova recolhia corrente elétrica que era conduzida através de fios. Essa
máquina dava choques em torno de 100 volts no acusado.
D- Afogamento
No Afogamento, os
torturadores fechavam as narinas do preso e colocavam uma mangueira, toalha
molhada ou tubo de borracha dentro da boca do acusado para obrigá-lo a engolir
água. Outro método era mergulhar a cabeça do torturado num balde, tanque ou
tambor cheio de água (ou até fezes), forçando sua nuca para baixo até o limite
do afogamento.
E- Cadeira do Dragão
A Cadeira do Dragão era
uma espécie de cadeira elétrica, onde os presos sentavam pelados numa cadeira
revestida de zinco ligada a terminais elétricos. Quando o aparelho era ligado
na eletricidade, o zinco transmitia choques a todo o corpo. Muitas vezes, os
torturadores enfiavam na cabeça da vítima um balde de metal, onde também eram
aplicados choques.
F- Geladeira
Na Geladeira, os presos
ficavam pelados numa cela baixa e pequena, que os impedia de ficar de pé.
Depois, os torturadores alternavam um sistema de refrigeração superfrio e um
sistema de aquecimento que produzia calor insuportável, enquanto alto-falantes
emitiam sons irritantes. Os presos ficavam na “geladeira” por vários dias, sem
água ou comida.
G- Palmatória
A Palmatória era como
uma raquete de madeira, bem pesada. Geralmente, esta instrumento era utilizado
em conjunto com outras formas de tortura, com o objetivo de aumentar o
sofrimento do acusado. Com a palmatória, as vítimas eram agredidas em várias
partes do corpo, principalmente em seus órgãos genitais.
H- Produtos Químicos
Haviam vários Produtos
Químicos que eram comprovadamente utilizados como método de tortura. Para
fazer o acusado confessar, era aplicado soro de pentatotal, substância que
fazia a pessoa falar, em estado de sonolência. Em alguns casos, ácido era
jogado no rosto da vítima, o que podia causar inchaço ou mesmo deformação
permanente.
I- Agressões Físicas
Vários tipos de Agressões
Físicas eram combinados às outras formas de tortura. Um dos mais cruéis
era o popular “telefone”. Com as duas mãos em forma de concha, o torturador
dava tapas ao mesmo tempo contra os dois ouvidos do preso. A técnica era tão
brutal que podia romper os tímpanos do acusado e provocar surdez permanente.
J- Tortura Psicológica
De certa forma, falar de Tortura
Psicológica é redundância, considerando que toda o tipo de tortura deixa
marcas emocionais que podem durar a vida inteira. Porém, haviam formas de
tortura que tinha o objetivo específico de provocar o medo, como ameaças e
perseguições que geravam duplo efeito: fazer a vítima calar ou delatar
conhecidos.
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Professor Paulo R. Küster