É considerado o deus da guerra, da morte, da caça, da sabedoria, da poesia e da
magia. Filho do deus Bor e da gigante Besta, juntamente com seus irmãos Vili e
Ve, criou o mundo a partir da morte do gigante Ymir. Em seguida, com dois
troncos, um de fresco e um de olmo, criou os primeiros seres humanos: Ask e
Embla. É casado com três mulheres, cada uma simbolizando uma parte da terra:
Friga, a terra cultivada, Jörd, a terra desabitada e Ring, a terra invernal e
gelada. Vive em Asgard no palácio de Valskjalf, de onde reina em seu trono,
observando os nove mundos. Considerado o mais sábio de todos, teve que passar
por alguns ritos de iniciação: sacrificou seu olho direito ao beber do poço de
Mimi e assimilar a sabedoria universal. É o deus do conhecimento passado
(graças a água deste poço), presente (graças aos dois corvos e seu trono) e
futuro (graças ao dom de ver o destino, passado a ele pela deusa Freyia). Tomou
o hidro mel da poesia, transformando-se em inspiração dos poetas.
FRIGA
Deusa do céu, do amor, fertilidade e da fidelidade conjugal, era sempre invocada durante os matrimônios e partos. Seu nome significa "a
amada" e era filha de Odin e Jörd, apesar de ter sido a segunda esposa do
pai. É mãe de Balder, Bragi e Hoor. Faz parte da trindade formada por Ring,
Jörd e ela. Conhece o futuro, porém não pode revelar. Simboliza o silêncio ou o
ouvido. Aparece vestida com panos brancos, um cinto de ouro na cintura do qual
saem chaves, símbolo da dona de casa nórdica. Possuía uma capa de penas de
falcão e podia transformar-se em ave. Está associada à agricultura, pecuária,
tarefas domésticas e principalmente, às batalhas. É considerada a terra
cultivada, habitada. É a única que não tem permissão para sentar-se no trono
Hliðskjálf e observar os nove mundos. Sua história mais famosa a retrata em seu
papel de mãe, no relato da morte de Balder, seu filho. Friga tentou protegê-lo
depois de ter sonhos proféticos sobre sua própria morte. A deusa percorreu o
mundo e fez com que todas as criaturas jurassem que não lhe causariam dano,
porém o gigante Loki transformou-se em mulher e perguntou-lhe se havia
esquecido de tomar o juramento de alguma coisa, ou alguém. Friga lhe confessou
que havia esquecido do visco. Loki fez um dardo usando um visco e colocou-o nas
mãos de Höðr, irmão cego de Balder. Guiado por Loki, o menino lançou o dardo
como brincadeira e terminou matando o irmão. Friga tentou salvar o filho do
infra mundo.
THOR
Filho de Odín e de Jörd, esposo de Sif, é o deus do Trono e
o mais importante de todos, depois de Odín, pois tinha influência nas
colheitas, no clima, nas batalhas e até mesmo, na fertilidade. Era também um
deus guerreiro e protetor, cujos traços característicos eram a força, o poder e
a ira. Seu objeto mais importante era o martelo Mjolnir, criado por anões, o
cinturão e as luvas. É associado às runas e possui habilidades mágicas. Existem
diversos mitos onde também se comenta sobre sua sabedoria e as estratégias para
lutar contra os anões e até mesmo, o próprio Odín. Tinha um papel importante na
consagração, justiça e viagens. Devido a seu aspecto protetor, era o principal
deus, venerado por camponeses. É associado às runas e possui habilidades
mágicas, como suas próprias mutações. Certa vez, Thor viajava em um carro
puxado por dois bodes e quando estava com fome, os comia e depois os
ressuscitava com o poder do martelo. Em outra ocasião, pediu abrigo na cabana
de uma família de camponeses e preparou os bodes para o almoço de todos. Um dos
filhos da família, partiu um osso da perna do animal que comia, de forma que
quando os ressuscitou, Thor se deu conta que o animal estava manco. A fúria de
Thor foi tão grande que, para diminuir o problema sua irmã Röskva, transformaram-se em seus
criados e o acompanharam em diversas travessias.
BALDER
O deus da luz, da beleza e da inocência. Filho de
Odín e Friga, apesar de frágil, era sábio e amável, portanto amado por deuses e
mortais. Era casado com a deusa Nanna, com quem teve Forsetti, o deus da
Justiça. A lenda mais importante sobre Balder começa com seus sonhos
premonitórios, relacionados à própria morte. Do ser alegre que era, passou a
ser um deus triste. Numa tentativa de evitar sua morte, Friga correu o mundo,
pedindo a todas as criaturas que poupassem seu filho. Uma vez terminada a
viagem, Baldr não poderia ser atingido por nada. Porém o deus Loki, com inveja
de Balder, disfarçou-se e perguntou a Friga se todas as coisas vivas haviam
jurado não ferir seu filho. Sem suspeitar a armadilha, Friga lhe contou que
havia esquecido do visco. Loki aproveitou-se e fabricou um dardo com a planta.
Entregou o engenho ao irmão cego de Balder, Höðr, que sem entender ou ver,
atirou o dardo no irmão, orientado por Loki. O dardo atravessou o coração de
Balder e o matou. A única forma de ressuscitá-lo era que todas as coisas do
mundo, chorassem por ele e, naturalmente, Loki se negou a fazê-lo condenando
Balder a viver no infra mundo. O deus foi posto em uma funerária junta a esposa
Nanna, que morreu infeliz ao saber do destino do marido.
FORSETI
Filho de Balder e Nanna, Forseti era o mais sábio, eloquente e mais gentil dos deuses. Quando tornou-se conhecido em Asgard, os deuses lhe
convidaram à sala de conselhos para que fosse o patrono da justiça e seriedade,
dando-lhe o palácio de Glinir como morada. Em sua função, resolvia os problemas
entre os deuses e os homens, escutando pacientemente a ambos os lados e
proferindo sentenças tão justas que ninguém era capaz de encontrar erro em seus
decretos. Resolvia diferenças entre deuses e homens. Tamanha era sua eloquência
e poder de persuasão que nunca falhava em reconciliar os piores inimigos. Todos
os que eram levados a sua presença podiam estar seguros de que, dali em diante,
poderiam viver em paz, pois ninguém ousava desobedecer um juramento feito
diante dele, a não ser que quisessem sofrer sua justificada cólera e serem
punidos por morte imediata. Como deus da justiça e da lei eterna, era natural
que Forseti comandasse todas as assembleias judiciais. Todos aquele que iam a
juízo suplicavam por sua clemencia e ele invariavelmente deixava de ajudar a
quem merecia. Diz a lenda que os frisões elegeram doze anciões e criaram um
código de justiça a ser discutido numa ilha. Durante a viagem de ida ocorreu
uma grande tempestade e com a ajuda do deus, apenas os anciões puderam escapar.
A ilha onde encontraram refugio é hoje um local sagrado.
TYR
Filho de Odin e Friga, Tyr é o deus da guerra e do valor e patrono da justiça. Era o deus da honra suprema e uma das doze divindades de
Asgard. Tyr também era invocado com frequência por várias nações do Norte, que
como Odin, a ele pediam vitória. Considerado o deus patrono da espada, era
indispensável que a runa que o representava estivesse gravada nas armas. Tyr,
cujo nome era sinônimo de valentia e sabedoria, também conta com a ajuda das
brancas valquírias, assistentes de Odin. Geralmente era representado como um
deus manco, a partir de uma história que envolve o filho lobo de Loki, Fenris.
Segundo dizem, Fenris cresceu de tal forma que os deuses, temendo que se
tornasse incontrolável, resolveram acorrentá-lo, dizendo a ele que nao
conseguiria se soltar. Fenris aceitou o desafio e, infelizmente para os deuses,
rompeu as amarras. Os deuses pediram aos anões que fabricassem então uma
corrente mágica, Gleipnir, com grandes poderes, apesar de fina. Fenris foi
desafiado novamente e aceitou ser amarrado porém, desconfiado da finura da
corrente, disse que alguém tinha que por a mão em sua boca. Tyr for o único que
teve coragem. Quando Fenris se viu preso de vez, arrancou a mão do deus. Apesar
de tudo, Tyr alimentou e cuidou do lobo amarrado para sempre.
SIF
Deusa Sif, esposa de Thor simboliza a fidelidade e as colheitas, por causa de seus longos cabelos ruivos (que representavam o
crescimento do trigo). Sif tinha grande orgulho de sua longa cabeleira, que lhe
cobria da cabeça aos pés, como um véu brilhante. Era o símbolo da Terra. Thor
era também muito orgulhoso de sua linda esposa e seus longos cabelos e,
portanto, quando encontrou-a dado dia totalmente careca, como as terras do
inverno, se enfureceu. Descobriu que Loki havia sido o responsável. Agarrou seu
martelo e foi atrás do lobo. Loki lhe implorou perdão, mas teve que prometer
uma nova cabeleira, tão linda e resplandecente quanto a primeira. Loki então
adentrou o centro da terra e implorou ao anão Dvalin que o ajudasse com a
cabeleira e além disto, que fabricasse um presente para aplacar a fúria de Odin
contra ele. O anão cumpriu o prometido e fabricou a lança Gungnir, que nunca
perde um alvo e o barco Skidbladgar, que sempre impulsionado por ventos a
favor, podia navegar por mar, céu e terra, abrigando tanto aos deuses como toda
sua corte de qualquer mal. O barco ainda podia ser dobrado e se tornava tão
pequeno que cabia na palma da mão. Finalmente, usando fios de ouro, fabricou
uma cabeleira para Sif que quando tocou sua cabeça, cresceu como se fosse seu
próprio cabelo.
HEIMDALL
Filho de Odin e de nove gigantes, Heimdall é o deus guardião
de Asgard. Dotado por uma visão precisa, um ouvido apurado e a capacidade de
ficar sem dormir vários dias. Porém não podia falar. Uma lenda nórdica conta
que veio à terra e com três mulheres gerou três linhagens: príncipes, súditos e
servos. Diz a lenda que suas nove mães gigantas, casadas com Odín, alimentaram
o filho com a força da terra, a umidade do amor e o calor do Sol; uma dieta que
demonstrou ser tão eficiente que o deus cresceu rapidamente e tornou-se adulto,
podendo unir-se ao pai em Asgard. Justamente quando chegou, os deuses estavam
decidindo se deveriam ter um guardião de confiança. Heimdall aceitou a responsabilidade
e a partir de então, velou dia e noite o caminho do arco-íris que entrava pelo
palácio. Para que Heimdall pudesse detectar a aproximação de qualquer inimigo
de longe, os deuses lhe deram sentidos agudíssimos, tão agudos que dizem, ser
capaz de ouvir as plantas crescendo nas colinas e a lã crescer no lombo das
ovelhas. Recebeu também uma espada reluzente e um maravilhoso trompete. Era
representado portando uma armadura branca, tornando-se conhecido como o deus
brilhante ou da luz. Além de fisicamente bonito, Heimdall também era famoso por
ser um deus delicado, inocente e indulgente. Tinha dentes de ouro e um cavalo
com crinas de ouro chamado Gulltop.
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Professor Paulo R. Küster