A lenda das caveiras de cristal
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Os misteriosos crânios que inspiraram o novo filme de
Indiana Jones estão entre as maiores fraudes arqueológicas modernas. Vendidas
como relíquias maias ou astecas, elas surgiram misteriosamente na loja de um
traficante de antigüidades do século XIX
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Há 16 anos, o Museu Nacional de História Americana recebeu
um pacote pesado acompanhado de uma carta apócrifa que dizia: “Esta caveira
de cristal asteca, que se acredita ser parte da coleção de Porfírio Díaz, foi
comprada no México em 1960.(...) Estou oferecendo-a ao Smithsonian”. Richard
Ahlborn, então curador das coleções hispano-americanas, me perguntou se eu
sabia algo sobre o objeto – uma estranha caveira feita de um cristal
branco-leitoso, maior que uma cabeça humana. Ele conhecia meu trabalho com arqueologia
mexicana.
Eu de fato tinha conhecimento de uma caveira de cristal em tamanho natural
exposta no Museu Britânico, e de uma versão menor que o Smithsonian havia
exibido certa vez como falsa. Depois de alguns minutos tentando descobrir o
significado e a importância desse estranho objeto, ele me perguntou se o
departamento de antropologia teria interesse em ficar com ele. Sem hesitar,
respondi que sim. Se a caveira se revelasse uma genuína peça pré-colombiana,
um objeto tão raro deveria definitivamente passar a integrar a coleção do
Smithsonian.
Na época, eu não poderia imaginar que essa doação inesperada abriria uma
linha de pesquisa totalmente nova para mim. Nos anos seguintes, minhas
investigações sobre essa caveira me levaram a pesquisar a história de
coleções pré-colombianas em museus ao redor de todo o mundo e a colaborar com
diversos cientistas estrangeiros e curadores que depararam com caveiras de
cristal.
Não faltam teorias sobre suas origens. Alguns acreditam que sejam peças do
artesanato maia ou asteca, mas elas se tornaram tema também de constantes
discussões em sites de ocultismo. Alguns insistem em afirmar que surgiram em
um continente submerso ou em uma galáxia distante. E agora essas caveiras
estão fadadas a se tornar um “hit arqueológico” graças ao nosso colega de
celulóide, Indiana Jones, que se ocupa delas em seu mais novo filme, Indiana
Jones e o reino das caveiras de cristal.
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sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015
Caveiras de Cristal
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Professor Paulo R. Küster